O livro de Fernando Henrique Cardoso “A SOMA E O RESTO: UM OLHAR SOBRE A VIDA AOS 80 ANOS” é um depoimento a Miguel Darcy de Oliveira.
A trajetória deste intelectual e político poderia se resumir em dez linhas bem como estendê-la em dez volumes. Penso que a primeira alternativa é mais didática, deixando a segunda para especialistas. Fernando Henrique Cardoso experimentou nos grandes momentos de decisão de sua vida o inesperado. Quando tudo levava a crer que ocorreria um determinado desfecho, repentinamente surge outro, não previsto. O inesperado foi a marca de sua trajetória, tanto intelectual como política.
A trajetória deste intelectual e político poderia se resumir em dez linhas bem como estendê-la em dez volumes. Penso que a primeira alternativa é mais didática, deixando a segunda para especialistas. Fernando Henrique Cardoso experimentou nos grandes momentos de decisão de sua vida o inesperado. Quando tudo levava a crer que ocorreria um determinado desfecho, repentinamente surge outro, não previsto. O inesperado foi a marca de sua trajetória, tanto intelectual como política.
A perspectiva projetada pelos seus familiares era uma carreira brilhante como jurista. Não se concretizou: foi estudar ciências sociais. O mais lógico seria descobrir o mundo pelo viés do Brasil. Foi pelo da França. Para alguém que detestava a força se poderia desenhar uma vida pacífica. Ocorreu o contrário: foi obrigado por imposição a deixar o Brasil. O sonho era o mundo intelectual da Europa. A opção foi a América Latina. Em vez de um modelo de mundo dos antepassados, defronta-se com o Movimento estudantil de 1968 da França.
Sua carreira como intelectual estava praticamente consolidada na Europa. Abandona a vida acadêmica, sai do exílio e vem para a pátria. Luta com todas as forças para conquistar uma cátedra na USP e logo em seguida é cassado. O melhor seria ir embora, mas resolve ficar. Poderia ter se unido aos partidários da luta armada. Resolve criar uma resistência pacífica e por isso será criticado tanto pelo status quo político como pelos revolucionários.
Sua carreira como intelectual estava praticamente consolidada na Europa. Abandona a vida acadêmica, sai do exílio e vem para a pátria. Luta com todas as forças para conquistar uma cátedra na USP e logo em seguida é cassado. O melhor seria ir embora, mas resolve ficar. Poderia ter se unido aos partidários da luta armada. Resolve criar uma resistência pacífica e por isso será criticado tanto pelo status quo político como pelos revolucionários.
O balanço da vida encontra-se no título “Sonho e Realidade”. Primeiramente justifica a crença no ideal, no sonho, que ele denomina. Conforme Cardoso os sonhos alimentam nossa ação. Embora nunca se realizem são um alvo, um norte que direcionam nossa ação. A realidade, por sua vez não é estática, mas fluida. Nem sempre a água está a 90º. Ela esquenta e esfria. Assim são as sociedades: ora fervem, ora esfriam.
A vida em sociedade tem regras. Sem elas as sociedades são impossíveis de existirem. É preciso que haja respeito à lei, às liberdades individuais e coletivas. Por isso as sociedades têm normas e os indivíduos, como membros delas, têm regras a serem seguidas. Mas individualmente têm direitos e como a vida é em sociedade esta também tem direitos. Por isso, tanto indivíduos como sociedade, ambos têm direitos e regras. Isto é o que faz o estado de direito, conforme ele.
Na última parte aborda questões que afetam a todos os povos. Um dos temas prediletos é a questão do novo que afeta as relações sociais e desestabilizam a convivência entre as novas gerações e as anteriores. Para ele, no passado projetava-se o modelo a ser seguido a partir do “anterior”: preparar-se, aplicar competentemente os conhecimentos, com isso estava garantido o sucesso e o futuro.
Como será lembrado FHC, como intelectual ou político? Até o momento prevalece o político. E no futuro? Penso que também como político, pois a produção intelectual deu-se precisamente na pré-maturidade intelectual, enquanto a participação na vida política ocorreu na fase madura. Consequentemente ficará na história como um político intelectual, ao menos por enquanto.
Provavelmente depois de morte tenha o reconhecimento até agora negado,o manto negro do P.T.tirou-lhe o brilho.
ResponderExcluirObrigado, ainda não tinha conseguido este livro.Muito bom pela resenha.
ResponderExcluirObrigado por dividir conosco esta leitura,a impressão que se tem é que vai deslizando,uma vida como o rio seguindo seu curso,o inesperado que vai dando formas,mudanças...a vida montando o quebra cabeças,a preparação para algo maior,o invisível preparando o futuro.Um homem que sai de seu meio,mesmo se aprofundando nas várias teorias precisa viajar,conhecer,viver outras realidades,apropriar-se de outras experiências,ter um olhar para o futuro,o hoje é momento,os frutos são a longo prazo.F.H.C mesmo criticado por partidos que se diziam oposição,fez o que outros não fizeram, colocou o Brasil rumo a modernidade,algumas privatizações até hoje são discutíveis mas afinal,se serviam de cabides de emprego,moedas de troca para cargos políticos,que bom privatizadas tornaram-se grandes empresas geradoras de empregos.Assim foi F.H.C.começou um plano econômico que derrubou uma inflação galopante,modernizou as telecomunicações,reestruturou os bancos públicos,introduzindo uma gestão mais eficiente com a lei de responsabilidade fiscal.Nas politicas de proteção social iniciou o programa de transferência de renda as famílias para, que as crianças saíssem das ruas e fossem para a escola.Então o politico deve ser lembrado,uns plantam outros colhem...que o diga LULA.
ResponderExcluirInteressante.
ResponderExcluirCada um conta sua história.
ResponderExcluirÉ um politico vivendo a realidade,atual,consciente de seu papel social.
ResponderExcluirHoje está dificil projetar o amanhã,imagine a tranquilidade que era garanti-lo antecipadamente.
ResponderExcluirUma bonita história,vida bem vivida.
ResponderExcluirSempre aparecerão as meias verdades,a história brasileira as vezes é caolha.
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