RESUMO: Os magistrados lamentam-se de pilhas de processos que requerem solução e o Conselho da Magistratura do Rio Grande do Sul ocupa-se em discutir a retirada do crucifixo dos tribunais de todas as instâncias deste estado.
Há estados nos quais o cidadão pode fazer tudo o que a lei não proíbe – alguns estados democráticos, por exemplo - e há estados nos quais o cidadão só pode fazer aquilo que a lei permite, - v.g. os estados totalitários. Evidentemente o leque de liberdade nos primeiros é infinitamente superior dos segundos. Aqueles têm algumas leis e o restante é lícito, isto é, pode ser feito. Um modelo típico é a constituição norteamericana. Tem somente catorze artigos. Os segundos, quanto mais leis fizerem mais limitarão o cidadão. É uma verdadeira hemorragia de normas. É o caso da constituição brasileira.
Há estados nos quais o cidadão pode fazer tudo o que a lei não proíbe – alguns estados democráticos, por exemplo - e há estados nos quais o cidadão só pode fazer aquilo que a lei permite, - v.g. os estados totalitários. Evidentemente o leque de liberdade nos primeiros é infinitamente superior dos segundos. Aqueles têm algumas leis e o restante é lícito, isto é, pode ser feito. Um modelo típico é a constituição norteamericana. Tem somente catorze artigos. Os segundos, quanto mais leis fizerem mais limitarão o cidadão. É uma verdadeira hemorragia de normas. É o caso da constituição brasileira.
Veio-me à mente esta reflexão a propósito da
celeuma pela aprovação da lei da retirada do crucifixo nos tribunais de todas
as instâncias do estado -membro do Rio Grande do Sul por decisão do Conselho da
Magistratura do Tribunal de Justiça. Não que esteja de acordo com a permanência
obrigatória dos crucifixos nos órgãos da magistratura, ao contrário, entendo que
um estado laico é melhor que um confessional. Num estado laico há mais
liberdade, nos estados confessionais pendula o perigo do totalitarismo, como
acontece com alguns países do islã, onde predominam os xiitas.
No entanto, a magistratura imiscuir-se num assunto
desses é uma aberração. É típico o avanço do estado sobre o cidadão. Com a
desculpa de o estado ser laico, a magistratura gaúcha dá um exemplo de como
cercear a liberdade do cidadão. Seguindo o raciocínio do Conselho da
Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul deveríamos tirar
estátuas das praças, pôr abaixo monumentos, extirpar retratos em gabinetes,
pois, eles nos fazem lembrar outras personagens, outras maneiras de pensar,
agir e sentir.
De um lado.a magistratura gaúcha se queixa de acúmulo
de trabalho, que está abarrotada de processos e por outro lado, preocupa-se com
crucifixos pendurados na parede. Os magistrados lamentam-se de pilhas de
processos que requerem solução e que na prática, muitas vezes, as soluções só
vêm para os netos...Bem, agora sem os crucifixos certamente a justiça será
ágil, terá menos burocracia, mais simples e mais humilde. Atenderá o cidadão
simples com presteza sem fazê-lo curtir horas de banco. Será justa e
transparente dando a mesma atenção tanto ao rico como ao pobre. Tudo isso um crucifixo
impedia? Se fosse o crucifixo que impedia então de agora em diante tudo
mudará...
A sociedade
que fique atenta. Pior que o símbolo de uma religião é o símbolo de uma
ideologia. Logo mais teremos afixada no tribunal gaúcho, em vez do crucifixo, uma
flor, um triângulo, uma estrela...
Como frisei no início, não advogo um estado de
cunho religioso e nem a sociedade o quer. Mas muito menos queremos um estado de
cunho ideológico. Queremos liberdade, só. O estado que administre, legisle e
julgue. E não se intrometa na vida privada e íntima dos cidadãos. É só o que
queremos. A felicidade que queremos nós a sabemos conquistá-la. Deixem-nos
espaço.Já basta a Lei da Palmada. A propósito me vem à mente “O Caminho da Servidão”
de Friedrich Hayek. Quem sabe faça bem uma leitura!
Lembro-me de um fato semelhante quando estava fazendo
uma pesquisa em Milão, na Itália. Uma professora resolveu retirar o crucifixo
da sua sala de aula para não constranger um aluno novo, muçulmano. Os pais se
reuniram e reintroduziram o crucifixo.
A diferença, porém, é que lá foi uma pessoa
particular e aqui o estado.
E para terminar, uma piadinha.
Encontram-se um católico
e um petista. O petista pergunta:
- Você é católico?
- Sim, sou, mas só acredito. Não pratico. E você, é petista?
- Sim, sou, mas só pratico. Não acredito.
- Você é católico?
- Sim, sou, mas só acredito. Não pratico. E você, é petista?
- Sim, sou, mas só pratico. Não acredito.
Gostei demais
ResponderExcluirQueiram ou não, o Brasil é um país onde impera a religiosidade, religiosidade que é a fonte do amor, da solidariedade, do bem e da Justiça, e que, se for abolida, transformará o mundo numa nova Sodoma ou Gomorra!
ResponderExcluir\"O bom senso é o que há de mais bem distribuído no mundo pois cada um pensa estar bem provido dele.\" René Descartes
ResponderExcluirMuito bom mesmo.
ResponderExcluirO crucifixo é um símbolo aceito por muitas religiões,portanto não é patrimônio do catolicismo,apesar de estar no centro da atual discussão.Talvez este crucifixo incomode porque ali está um inocente,e esta verdade é incontestável.O mundo avança, as pesquisas trazem novos conhecimentos,as perguntas quase sempre encontram respostas,mas as palavras do filho de Deus jamais foram contestadas,são verdades absolutas e todas especulações contrárias não encontram um eco para difundir-se.Então não basta retirar crucifixo,pois num tribunal onde deve sempre prevalecer a lei e a verdade,se assim não for feito,um simbolo mesmo calado tornará o ambiente desconfortável pois,cada vez que um cidadão tiver seus direitos violados e um inocente for condenado ou um criminoso for inocentado...sua exelência mesmo ateu lembrará do inocente cruxificado.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário. Parabéns.
ResponderExcluirOs cristãos não podem se conformar com tal decisão, nem permanecer omissos, como Pôncio Pilatos.
ResponderExcluirUm dia acordaremos do berço esplêndido.
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