http://www.youtube.com/watch?v=Z-2AngS_Z5k
O crescimento
econômico do Brasil nas últimas décadas, somado à consolidação da democracia no
mesmo período, deu ao nosso país destaque e visibilidade que ele não tinha. O
mundo voltou os olhos para o Brasil, como passou a observar com maior atenção
outros grandes países que cresceram economicamente: Rússia, Índia e China. É
claro que apesar do desenvolvimento econômico continuamos com muitos problemas
sociais e de infra-estrutura, o que não é estranho já que mudanças profundas
são para mais de uma geração. Ainda assim o modo de ser brasileiro tornou-se
uma curiosidade universal até porque o país se propôs a realizar dois grandes
eventos da atualidade: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A visibilidade
aumentará mais ainda nos próximos anos.
Esta
redescoberta contemporânea do Brasil pelo mundo não deixa de ser curiosa e
ajuda a olhar para nós mesmos com outros olhos, isto é, com os que de fora nos
enxergam. A satisfação e espírito patriótico cresceram aqui dentro e o mundo
começa a enxergar as coisas boas que estamos realizando. No entanto, esta onda
brasílica que percorre os cinco continentes possui um lado meio cômico, meio
histérico que antes de divertir me incomodou bastante: Luan Santana e sua
música nomeada de brega sertaneja. A tal música está longe de ser sertaneja,
pelo menos não tem nada a ver com a chamada música de raiz, mas hoje é tocada
nas grandes cidades e no interior. Quanto a ser prega isto pode ser, eu não
saberia classificar.
E depois de Ai se eu te pego, o país de músicos do
quilate de um Pe. José Mauricio, Carlos Gomes, Ari Barroso, Francisco Braga,
Henrique Oswaldo, Leopoldo Miguez, Lorenzo Fernandez, Radamés Gnattali, Cláudio
Santoro, e outros tantos populares como Pixinguinha, Lamartine Babo, Francisco
Alves, Cartola, de ritmos tão diversos como bossa nova, jovem guarda e
tropicalismo, de folclore tão rico e variado com: baião, batuque, bossa nova,
choro, lundu, maracatu, maxixe, samba, modinha, virou o país de Michel Teló:
... Delícia, Delícia, assim você me mata
(...). Nos últimos meses é um tal de jogador de futebol, jogador de tênis,
jogador de basquete imitar a pornodancinha de Luan Santana para celebrar seus
triunfos atléticos que a cena ficou cômica. E a moda ganhou mundo, pois não
apenas os atletas e artistas, mas o público imitando seus ídolos procura também
repetir a já conhecida dancinha. Como português é língua pouco conhecida o povo
pelo mundo afora não tem a menor ideia do que se canta e viaja na fantasia dos
gestos mesmos. O aborrecimento inicial que tive hoje é pura diversão, povos que
imaginavam que nossa capital era Buenos Aires ou que aqui se chamava Bolívia
estão sob nossa influência cultural e de que nível! Estou adorando e a vingança
será completa quando os americanos, protestantes de raiz, aderirem a dancinha
pornoerótica, se chegarem a tanto. O que não farão quando descobrirem a música
de Vila Lobos? Terão orgasmos múltiplos na Quinta avenida. Até os frios
japoneses se curvarão ante produção tão magnífica, não? Se eles gostam de
Michel Teló como responderão a Carlos Gomes? Acredito que em êxtase completo.
Enquanto o
mundo gira e o país real encontra-se afogado pelas águas de verão na sua
habitual imprevidência e falta de planejamento, o mundo dança ao som de ai se eu te pego, ai se eu te pego. Como
classificar mesmo a música: brega sertaneja? Não, é lixo mesmo. E a ela a
história dará o mesmo destino do último sucesso do nível: minha equinha pocotó. O que se espera é que nenhum movimento
popular de protesto resolva levar também o jovem cantor brega sertanejo e seu
rebolado ao Parlamento, como levou o cantor de minha equinha pocotó. Aí
já não me divertiria tanto.
Mas as musicas dos anos 70/80 são inesquecíveis.
ResponderExcluirEstamos carentes de musicas que toquem verdadeiramente o coração e passem uma mensagem,algo bom.
ResponderExcluirMas até podem gostar de algumas musicas, mas o que está acontecendo no momento atual e econômico é bom para eles, cantores e bandas que nunca quiseram se apresentar no Brasil agora amam vir para cá e levam milhões de reais dos brasileiros deslumbrados.
ResponderExcluirA musica se é que se pode ainda chamar assim, virou algo sem nenhum atrativo.
ResponderExcluirFelizes fomos nós que tivemos os bons tempos de sonhar embalados com as musicas de Pixinguinha,Lamartine e tantos outros.
ResponderExcluirSe pode chamar de musica todo lixo que está aí?
ResponderExcluirE a musica? Ficamos com o que sempre permanece,estas são eternas.
ResponderExcluirA musica de antigamente e,não é saudosismo, trazia uma mensagem,algo de tocar o coração,estas permanecerão são eternas.
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