Há
muita coisa acontecendo nos últimos tempos, mas de modo geral podemos dizer o
que têm em comum os nossos dias é que nada parece seguro. O clima econômico,
político, social, axiológico muda de forma tão rápida que deixa as pessoas sem
chão. Essa situação é olhada pelos mais brilhantes intelectuais de nossos dias
como um tempo de crise. E esses intelectuais são unânimes ao reconhecer a crise
de cultura, divergem, contudo, na sua leitura e explicações dela. Alguns dos
mais conhecidos estudiosos da crise de nossos dias são Ortega y Gasset com seu
estudo das massas, Vilém Flusser e suas
análises das consequências deixadas pelos campos de concentração, Max Scheler e
suas considerações sobre as transformações dos valores, Karl Jaspers e Viktor
Frankl e por seus estudos sobre a falta de sentido da vida em meio a tantas
transformações; ou talvez da fata de autenticidade, diria metafisicamente
Martin Heidegger; provavelmente também uma crise de como entender e viver a
liberdade diria Jean Paul Sartre; do que fazer na história dissera antes
Kierkegaard; de um mundo sem referências absolutas, notara Nietzsche; ou que se
esqueceu de dialogar com Deus, retificou Martin Buber. Em resumo, um mundo
pouco preocupado com questões transcendentes ou referências estáveis.
Bauman
enxergou na raiz dessa crise de cultura a existência de profundas alterações no
mundo econômico devido às dificuldades de um capitalismo financeiro e
globalizado. De um lado, há problemas econômicos o que significa que o dinheiro
virou variável independente, o trabalho foi reduzido a mercadoria deixando se
ter ênfase na relação intersubjetiva, a desterritorialização do capital, tornou
frágil os governos nacionais diminuindo a capacidade de atuar do Estado
Nacional. Por isso, a relação dos
cidadãos com o Estado ficou fragilizada, porque Ele não consegue lhes oferecer,
com qualidade, aquele mínimo que se tinha como consenso até alguns anos. O
Estado social está em agonia e cumpre mal a tarefa de oferecer educação e saúde
de qualidade. Por outro lado, aumenta enormemente os gastos com segurança e os
resultados são criticáveis.
Além
dessas alterações econômicas e sociais, as guerras e disputas locais que
explodiram no final da Guerra Fria provocaram e continuam provocando o
deslocamento de milhões de pessoas pelo mundo, tornando gravíssimo o fluxo
migratório mundial. E diminuindo, em contrapartida, o número de empregos de
qualidade. O resultado é o aumento do migrante que chega em quantidade
crescente nos países mais desenvolvidos. O empobrecimento da classe média
passou a ameaçar a organização social e o fato a ser usado pelos políticos,
especialmente de direita, como sendo a causa das dificuldades da sociedade,
mesmo quando claramente não o é. A grande migração e o aumento do número de
pobres é um sintoma e não a causa que está ocorrendo. No entanto, a classe
média empobrecida, vendo os empregos reduzirem, vendo as oportunidades diminuírem,
enxerga no migrante e no pobre uma ameaça real. O primeiro concorre com os
poucos empregos que existem e o segundo lembra a classe média que ela pode ser
pobre.
O
discurso de direita que tanto cresce mundo afora quer parecer que seu projeto resgatará
a qualidade da vida dessa classe média, que esse nacionalismo lhes protegerá
dos migrante e pobres. Nesse sentido, o discurso contra qualquer esforço para
melhorar a vida dos mais pobres é taxado de comunista e qualquer tentativa de
limitar a ação do capital, mesmo quando ameaça seriamente a natureza, é
apresentado como ameaça à liberdade.
Assim
vamos seguindo, com a extrema direita desejando repetir seus feitos do último
século e levar a humanidade a repetir o século XX.
E assim vamos recebendo informações, precisamos estar atentos as verdades.
ResponderExcluirEstamos vivendo tempos de muitas mudanças, o que foi sempre verdade, hoje se discute, até parece que o errado virou certo.
ResponderExcluir
ResponderExcluirPrecisamos de propostas que respondam as necessidades do povo, que está carente de alimentos, saúde e cuidados.
É a direita poderá não responder aos anseios da população, mas com certeza resgatará VALORES, sem precisar colocar uns contra os outros.
ResponderExcluirNão sejamos ingênuos, precisamos ir às ruas para enxergar a realidade.
Se você fala de pobreza e moradores de rua, não tem como negar.
ExcluirA realidade de hoje está bem pior que na pandemia.
Leitura interessante.
ExcluirPensamentos filosóficos.
E qual seria realmente a causa do empobrecimento da população? Olhar a realidade e intervir.
ResponderExcluirQual o incentivo para o jovem estudar?
Com certeza mais escolas militares, onde se trabalha o pertencimento, hierarquia, regras e limites.
Parabéns, concordo com você.
ResponderExcluirAprender a amar a pátria, sentir orgulho de ser brasileiro.
Saber de regras, limites.
Ter a doutrinação do BEM.