De tempos em tempos a humanidade é presenteada com homens
de ciência. Na antiguidade destacaram-se Tales de Mileto e Pitágoras. Já na
idade Média evidencia-se Nicolau de Cusa e Nicolau Copérnico. Já na idade
moderna Galileu e Copérnico e na idade contemporânea Einstein e Hawking.
E se nosso mundo humano se limitasse a uma gaiola através
da qual pudéssemos contemplar o universo lá fora. Uma gaiola sempre menor,
carente de tudo, desde o ar, alimento, espaço. Uma gaiola que inevitavelmente
teremos que nos livrar um dia ou outro e soltar-nos no espaço do cosmos como
paraquedistas. Dizia ele:
«Devido à mudança do clima e ao
progressivo esgotamento dos recursos temos de procurar outro lugar. E o único
lugar para onde podemos ir são outros mundos, outros sistemas solares. Sair e
nos espalhar pode ser o único caminho a seguir que pode nos salvar de nós
mesmos. “Estou convencido de que a humanidade deve deixar a Terra.”
Estas são as palavras de Stephen W. Hawking nascido em 8
de janeiro de 1942 e falecido em 14 de março de 2018.
A vida reservou-lhe dois desafios. O primeiro foi vencer fisicamente
as limitações impostas ao corpo. Era portador de esclerose, que degenerava os
músculos, mas não as funções cerebrais. Teve que adaptar um sintetizador de voz
para comunicação. Foi perdendo os movimentos de braços e pernas, a musculatura
voluntária, não conseguindo nem manter a cabeça erguida. Com isto a mobilidade
era praticamente nula. A doença o deixou mudo e dependente dos gestos. Quanto
mais o corpo o aprisionava, tanto mais seu espírito se libertava e nunca a
ciência foi tão útil para pensar, escrever, falar – através de um computador
que lhe descortinava o universo. Preso e dependente de uma máquina nem por isso
levou uma vida de misantropo e muito menos de misógino. Casou com Jane, cristã
fervorosa, alertando o filósofo de que Deus para ela sempre viria em primeiro
lugar. Ao que ele respondeu:
- Não me incomoda ficar em segundo lugar depois Deus.
Depois que Jane se separou do outro casamento o físico
retorna para ela e seus três filhos.
O universo dos poetas era um espetáculo, dos filósofos um
enigma, mas para Hawking um desafio. E enfrentou um inexplorado: os buracos
negros do universo. Os monstros que engoliam estrelas.
Perscrutando os mistérios do universo, era inevitável que
sua curiosidade fosse atraída pelo mais intrigante enigma, os buracos negros,
os monstros do céu gerados pela morte de algumas estrelas, capazes de engolir
matéria e luz, tornando-se uma mancha escura.
Geralmente a filosofia começa onde não há ciência e
termina onde ela começa. É um conhecimento pré-científico e pós-científico. E
foi isto que aconteceu com o físico Hawking. Quando acabou a ciência procurou a
filosofia e se perguntou que teoria poderia explicar tudo? E chegou à conclusão
que nem a filosofia seria capaz de dar uma resposta.
Muito esclarecedor, as perguntas estão martelando na cabeças, mas as respostas, nem sempre encontramos.
ResponderExcluirE nós reclamamos tanto, um homem extraordinário lutando, vencendo limitações e contribuindo para a humanidade, com suas pesquisas.
ResponderExcluirConcordo, a humanidade deve deixar a terra, não soube cuida-la, destruiu a natureza.
ResponderExcluirPoderia ter sido um sofredor, se achando vítima, mas foi extraordinário, viveu limitado fisicamente, mas entendeu que o espírito é imortal e livre para outros mundos.
ResponderExcluirA gaiola dos homens, sair da bolha, ver o sentido maior da vida.
ResponderExcluir,Como a dor pode transformar?
ResponderExcluirUm corpo sofrendo e uma alma liberta, incrível.
Perfeita sua análise.
Gostei, monstros que engolem estrelas, para o cientista pesquisa.
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