Esperando para embarcar...
Fim da primeira Guerra Mundial. A Alemanha, derrotada,
humilhada e espoliada. Quem são os culpados? Era preciso encontrar os
responsáveis. Um bode expiatório. Dinheiro não existia mais. Estava com os
hebreus. Crédito estava zero. Os hebreus o controlavam. O povo estava
desesperado, sem comida, sem habitação e sem vestuário. Tudo era controlado
pelos hebreus, os únicos que não se ressentiam da depressão. Era um nicho de
bem estar no meio da penúria. E o pior: a Alemanha estava nesta situação por
que os hebreus lhe tomara tudo. Solução? Retomar o que pertencia à Alemanha, eliminando os hebreus.
Após uma reunião do Alto Comando de Hitler, em 1942,
próximo a Berlim, discute-se qual a estratégia a ser adotada, como Solução
Final. Fuzilar os hebreus? Não, seria muito estressante para os soldados.
Então, foram aprovadas três ações simultâneas: morte, eliminação e extermínio.
Quem visitou os campos de morte e extermínio de hebreus
como eu, e anda de cabeça baixa pela câmara de gás, refeitório, dormitório,sanitárias, começa sair da realidade e transpor-se aos relatos deixados e
imaginar os que vivenciaram os locais. O que faziam? O que sentiam? O que
pensavam? A adolescente Anne Frank que, depois de anos encerrada numa peça,
emparedada, acaba naquele inferno, estuprada e morta? Ou Viktor Frank junto aos
infelizes, consolando e animando os colegas de infortúnio pela logoterapia? Ou Hannah Arend
meditando sobre o mal.
O objeto não poderia deixar de ser o Mal, por que nos campos de extermínio, aí só existia o mal. Qualquer hora do dia, qualquer atividade, qualquer momento sempre o mal sobressaía. O mal estava presente em tudo, desde o ar, a comida, o trabalho, o descanso, as pessoas, os soldados. O mal impregnava tudo. Pois todos estavam diante do espectro da aniquilação comandado por algum sonderkommamndo com conduzia os prisioneiros para.
- descida ao vestiário
- quartos com "chuveiros"
- fornalha de incineração
O objeto não poderia deixar de ser o Mal, por que nos campos de extermínio, aí só existia o mal. Qualquer hora do dia, qualquer atividade, qualquer momento sempre o mal sobressaía. O mal estava presente em tudo, desde o ar, a comida, o trabalho, o descanso, as pessoas, os soldados. O mal impregnava tudo. Pois todos estavam diante do espectro da aniquilação comandado por algum sonderkommamndo com conduzia os prisioneiros para.
- descida ao vestiário
- quartos com "chuveiros"
- fornalha de incineração
Era o extermínio sem testemunho. Ou ao menos se pensava. Atualmente já se conhecem alguns sonderkommando, como Shlomo Venezia, cuja tarefa era levar os corpos das câmaras de gaz para a incineração. Após algum tempo eram também incinerados. Ele conseguiu escapar e escreveu Sonderkommando auschwitz.
Cabia a ele a tarefa descrita acima, qual seja, eliminar a prova testemunhal.
É possível encarar friamente o mal? Olhá-lo de frente e defini-lo? Visto assim, nu e cru, se percebe que o mal não é radical, mas, sim, extremo. Não tem profundidade, nem dimensão demoníaca. Como um fungo que se alastra em todas as direções vai devastando tudo. No entanto, o mal não tem raízes, é superficial. Só o bem tem profundidade e é integral diz Hannah Arend.
Cabia a ele a tarefa descrita acima, qual seja, eliminar a prova testemunhal.
É possível encarar friamente o mal? Olhá-lo de frente e defini-lo? Visto assim, nu e cru, se percebe que o mal não é radical, mas, sim, extremo. Não tem profundidade, nem dimensão demoníaca. Como um fungo que se alastra em todas as direções vai devastando tudo. No entanto, o mal não tem raízes, é superficial. Só o bem tem profundidade e é integral diz Hannah Arend.
O mal atribuído aos seres não é apenas a ausência de bem,
uma falta dele, mas a existência real, moral ou física, sempre exista em
outro, tal como o bem. Dizemos a bondade de Deus ou a maldade de satanás. Se
fosse personificada a bondade ou maldade poder-se-ia inverter os termos e seu
significado continuaria idêntico. Se fosse possível dizer “Deus é o bem” também
se poderia dizer que o Bem é Deus. Da mesma forma se fosse possível dizer que o
mal é satanás, então se teria de admitir a existência substancial da maldade. Se fosse dito que aquele homem é mau não quer dizer que
ele personifica a maldade, mas que a qualidade “má” está nele. Ele não tem
apenas ausência de bem, mas presença de maldade. Da mesma forma quando se diz que aquela maçã
é ruim, quer significar que nela há a ruindade.
Em meio da desolação podia-se, aqui ou acolá, vislumbrar algum broto que
nascia. Era a esperança de Victor que sentia dentro de si o dia que poderia
bater à porta de sua casa e dizer sou eu, de Anne comemorando a Páscoa, protegendo a esperança como uma vela acesa ao vento, de Hannah insistindo para si mesma que o bem haveria de sobressair.
Aqui e acolá, a esperança estava viva. Em Budapeste, Perlasca e Wallenberg. Em Istambul, Angelo Rocalli. Na Tessalôncia, Guelfo Zamboni e sabe-se quantas pessoas com suas instituições que se tornaram diques contra o mal do Reich.
E o dia chegou para Victor bater a porta de sua casa, Hannah assistir o julgamento de Adolf Eichmann e Anne comemorar a Pácoa....
Um relato muito doloroso, desumano.
ResponderExcluirSofrimento, sofrimento e só triunfo do mal, nada brotaria neste espaço dominado pela ganância e ausencia total de socorro aos inocentes, calaram as vozes do BEM.
ResponderExcluirNão é impossível encarar o mal, precisamos reconhecer uma tragédia assim evitaremos tantas desgraças.
ResponderExcluirO mal só existe quando é alimentado.
Só existia a falta de amor ao próximo, cor, raça, todos são humanos.
ResponderExcluirAconteceu, melhor ter vivo na memória do que repetir tantas monstruosidades.
ResponderExcluirSempre é bom refletir, muito bom REFLEXÃO.
ResponderExcluirSó existia a desolação.
ResponderExcluirAs dores e sofrimentos permanecem nos muros, o silêncio dos inocentes.
ExcluirDesolação, a vida pedindo clemência...