Temos
assistido triste leitura da vida na imprensa. A mídia mostra a dor diária da
perda de muitas vidas e a tristeza de conviver com violência crescente. Talvez
estejamos mais preocupados com a violência nestes dias, talvez seja
simplesmente porque o homem de nosso tempo aprecie a divulgação do mal. Os
meios de comunicação, principalmente a televisão, abusam de noticiar o
sofrimento e o crime. Tão certo como a propagação do mal é que raramente se
noticia o amor e a solidariedade. Isso significa que o amor em todas as suas
formas não é digno de registro? E se não é por que motivo não é? Por que as
manifestações do amor são consideradas naturais e comuns? Por que o mal é o
extraordinário ou notável? Há nessas questões um problema de perspectiva.
O
mais próximo da verdade é que o homem é violento e imperfectível. Em sua vida,
em sua ação diária ele não se torna nunca o ideal que concebe de sua
humanidade. O que isso significa? Que ele nunca é bom o bastante como gostaria,
nunca coerente o suficiente como espera, nunca verdadeiro como devia, nunca
amigo como acredita que possa ser. E justo por que não consegue ser aquilo que
sua razão reconhece como mais desejável para sua vida que ele nunca se torna
como deseja sua razão. Nesse sentido fazer o mal é nossa experiência mais
comum. Fazer o mal por preguiça, pois custa fazer o bem; fazer o mal por
comodidade, porque frequentemente fazer certo tem consequências perigosas;
fazer o mal porque há certo prazer em praticá-lo. Qualquer que seja o motivo
tudo aponta para o contrário do que a mídia mostra, fazer o bem é que é fato
importante, fazer o bem é que é notável, para lá deveria se dirigir o foco de
nosso olhar.
Esse
novo olhar para a vida nada tem de inocente ou inautêntico. A vida é luta, é
esforço, é empenho, é dedicação pura, contém riscos. Imaginar que o mundo está
aí pronto para ser gozado é uma da maiores ilusões que se pode ter. Enfrentar
os desafios que a vida traz rotineiramente é o que acompanha os seres humanos
em todos os tempos. Todos os dias quando desperta o homem se depara com longa
lista de tarefas esperando para serem realizadas, mas principalmente de
desafios para serem vencidos. E não há como fugir deles, não há como esconder
os problemas, o acirramento da violência urbana, as dificuldades de mobilidade
no trânsito, os problemas ecológicos, o custo de vida, a necessidade de
aprender novas coisas, de descobrir novos tratamentos para as doenças.
O
gozo no mal e o reprise do mal diariamente nas televisões parece ser mais que a
busca desesperada por audiência, é mais que um instinto inconsciente de gozo no
mal por uma audiência pervertida, ela resulta da banalização da vida. Um homem
que não se ocupa com o sentido de sua vida, aprecia olhar a vida dos outros
como sendo sem finalidade. Parece-lhe correto ver a vida de crianças, jovens e
velhos serem desperdiçadas na rotina de violência e brutalidade de nossas
cidades. Por que tais vidas são para ele um nada, um vazio de significado.
Esses
dias de violência urbana, de guerras civis brutais, de vidas perdidas nas
drogas, de banalização da violência e do crime cobram um novo olhar para o
mundo. Um olhar não para encobrir o que se sabe que acontece, mas para mostrar
que o mais humano é a esperança de viver no sentido, de realizar-se na busca
daquilo que nos faz ser o que somos. Só um novo olhar para a vida nos fará
voltar a ter esperança no futuro, fará dele um tempo de novas possibilidades,
uma jornada de esperança em meio aos desafios que sempre nos acompanharam e
continuarão a fazê-lo em nossa jornada nesse mundo.
Parece que tristeza e sofrimento são servidos pela televisão como incentivo a mais violência.
ResponderExcluir"O mais próximo da verdade é que o homem é violento e imperfectível." Acrescento ao seu texto: o homem é descartável . Sendo assim, nossos bons atos não são alvos de atenção. Faça mil coisas boas e uma ruim, essa prevalecerá. Se a mídia precisa da desgraça alheia para manter a sua audiência, o telespectador precisa desse sofrimento para aplacar a sua dor. Ah! alguém sofre mais do que eu.
ResponderExcluirQue triste verdade, vamos muda-la?
ExcluirA vida é um presente,pena que as pessoas começam a valoriza´la quando a estão perdendo,
ResponderExcluirUma ótima chamada,a vida precisa ser vivida como uma grande emoção que pode a qualquer momento deixar de existir,portanto cada minuto é abençoado.
ResponderExcluirSeria ingenuidade deixar esta oportunidade de realmente pensar a vida, mas de um jeito simples, com um olhar de amor. Estamos correndo para todos os lados como baratas tontas, não temos tempo para escutar, para sentar...enfim a verdade é que no mundo capitalista estamos nos tornando máquinas, aceitando trabalhar com escravos para manter a grande máquina funcionando. Se escutarmos um pouco nossos avós, veremos a triste verdade, não sabemos viver. Deixamos de sentar no domingo e falar de nós, na igreja deixamos de ir, mas lá encontrávamos os amigos, confissão nem pensar, hoje nos medicamos com todos os tipos de drogas, sufocamos nossas dores. A resposta ainda é, amai-vos uns aos outros ,não faça ao outro o que não queres que te façam. A vida é simples e boa, nós complicamos e deixamos este presente embrulhado para ser devolvido porque ainda não aprendemos a ser simples no AMOR.
ResponderExcluirA vida é simples e boa, só temos que acreditar no nosso potencial de trabalharmos o bem dentro de nós,alguém pode começar?
ExcluirSe trabalharmos na nossa família pelas mudanças,já começamos a ver resultados na sociedade. Se reclamarmos veremos mudanças e se cruzarmos os braços, nada acontecerá. A sociedade muda a partir do nosso comprometimento, vamos boicotar um canal de televisão. Quem tem coragem de desligar, façam isto as redes sociais estão aí.
ExcluirMuito bom REFLEXÃO.
ResponderExcluir