A onda de protestos que toma conta do Brasil atualmente
teve como reivindicação inicial o aumento dos preços das passagens em São Paulo
e no Rio de Janeiro e logo se alastrou para outras capitais e interiores. Dessa
motivação inicial imediatamente saltaram para outros patamares bem mais significativos
como a corrupção política, impunidade e a tentativa de afastar o ministério
público das investigações de crimes, a chamada PEC-37. Com efeito, há uma
dezena de condenados pelo Supremo Tribunal Federal e assim mesmo anda solta e
mesmo ocupando cadeiras no Parlamento. A revolta também teve como ingrediente o
fato de milhões e milhões terem sido gastos para serem erguidos os estádios
para as copas das Confederações e o campeonato mundial. Enquanto isso médicos
desesperados não dão conta de doentes que morrem em seus braços. Faltam
hospitais, aparelhos, remédios, médicos. A educação ocupa o penúltimo lugar na
avaliação internacional. As escolas estão mal aparelhadas, sem verbas, o corpo
decente mal remunerado. A segurança pública está à deriva. Cadeias
superlotadas, bandidos soltos vivendo do crime, pessoal mal aparelhado e mal
pago.
As últimas explosões de protestos de jovens por todo
Brasil, de norte a sul, revelam um fato novo nas comunicações de massa: os
aparelhos tradicionais foram postos de lado e foram utilizados os não
convencionais. Jornais, rádios televisão utilizados para a mídia foram
abandonados e em seus lugares os jovens lançaram mão dos aparelhos twitter,
facebook, ipad, iphone, celulares, tabletes, smartphones, computadores e outros
para se comunicarem nas redes. O que se viu foi um furar de bloqueio e domínio
das comunicações costumeiras para as não convencionais. O movimento
simplesmente driblou a censura bem como o monopólio e estabeleceu uma linha de
comunicação direta, rápida e eficaz entre si.
A idéia não é originária daqui. Temos como antecedentes a
Batalha de Seatle, onde acontecia em 1999 a reunião da organização Mundial do
Comércio. Outra foi a Davos e a Globalização em 2000. A terceira poderia ser a
Toronto contra o G20 e várias outras. Mas a mais característica foi com os
países árabes, com a revolta dos jovens contra as ditaduras. Ali também
funcionou da mesma maneira. Foi furada a barreira do controle estatal e os
jovens saíram às ruas e desestabilizaram os ditadores.
Estamos diante de uma mudança de qualidade de meios na
comunicação de massa. A Mídia foi substituída pelo novo ambiente, as redes. Até então eram
utilizados meios que falavam para as massas e depois chegavam aos indivíduos.
Agora a comunicação é individual, direta, e depois se forma a massa. Os jovens
se comunicam entre si e a partir de então nasce o movimento massivo. Por isso
os meios tradicionais não conseguiram localizá-los. Quando os órgãos de
segurança se deram conta estavam diante de uma multidão que brotava do chão, vinha de todos os lugares, engrossava a cada segundo e seguia exatamente
um plano pré-estabelecido sem que ninguém soubesse como. Saíam às ruas, encontravam-se num local combinado e
dirigiam-se a alvos já previamente escolhidos.
No futuro é muito provável que este meio de se comunicar
no intuito de captar ou formar opinião seja aproveitado politicamente. Um
governante poderia saber a tendência da opinião sobre assuntos polêmicos em
questão de poucas horas e direcionar sua ação neste sentido. Até mesmo poderia
ser aproveitado para, pouco a pouco, engatinhar numa ética social, diferente da
ética vinda de cima para baixo. Uma ética emersa do consenso o qual gera o
consentimento e deste a legitimidade. Ao contrário de uma ética imposta geradora
da desconfiança provocadora da revolta.
Concordo,muito bom.
ResponderExcluirDanusa Malfatti As redes sociais, ou a "nova mídia", podem ser usadas tanto para cultivar valores éticos e cívicos quanto para "arapongagem" política, a fim de verificar a tendência das opiniões de massa e buscar votos apoiando a vertente com maior número de seguidores...infelizmente. A verdade é uma só: enquanto esse país não tiver educação de qualidade, leia-se "padrão FIFA", com professores qualificados, capacitados e bem remunerados, o povo continuará alienado em sua mediocridade. Atualmente somos obrigados a votar, mas não nos oferecem candidatos dignos de receber nossos votos, e ainda assim temos muitos eleitos "palhaços", analfabetos, bandidos e de toda sorte. Espera-se que o "acordar do gigante" se manifeste também nas urnas, impedindo a propagação dessa corrupção...nódoa do Estado brasileiro.
ResponderExcluirCalma,é apenas o começo,o gigante dormiu muito,mas vai sair do berço esplêndido.
ResponderExcluirSem educação não haverá mudanças.A elite precisa de operários para se manter.
ResponderExcluirDe todas as gerações professor.
ResponderExcluirApenas acordar não é suficiente,os movimentos devem prosseguir.
ResponderExcluirMuito bom,isto é REFLEXÃO.
ResponderExcluirEnquanto todos não acessarem seus direitos á educação é verdade, corremos riscos de sermos manipulados.ACORDA BRASIL.
ResponderExcluirMuito válido todo tipo de protesto.
ResponderExcluirAcordamos e agora?
ResponderExcluirAté que enfim os brasileiros se mobilizam e,nota-se aí famílias unidas,filhos, pais,avós. É o clamor popular que vem provocar a sociedade,afinal quem não vai a luta,não reclama, simplesmente aceita,e se aceita está contente.
ResponderExcluirSó poderemos mudar nossa realidade a partir da demonstração de nossa insatisfação,assim como agora sair as ruas e, para tal precisamos movimentos continuados,precisamos entender que as transformações só acontecerão quando mostrarmos nosso desprezo ao descaso que nossas autoridades nos submetem. Precisamos de união para que nossa voz seja escutada pois,povo que não vai a luta é verdade, acaba por ser escravo.
É nossa arma,mas os da politicagem estão se infiltrando.Mas povo unido faz diferença.
ResponderExcluirBem, nosso hino riograndense diz para irmos a luta,a bolsa família diz para deitar-nos em berço esplêndido.
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