Ocorreu o falecimento de John David Barrow em 26 de setembro de 2020, em Cambridge. Nascido em Londres em 1952, na Inglaterra. Destacou-se em cosmologia, física e matemática.
Ficou conhecido, entre outras
pesquisas, o Princípio Antrópico. Parte da hipótese de que as
leis físicas do universo estão dispostas de tal forma que a vida seja possível.
Isto leva à interpretação de que o universo não pode ser entendido como
mecanicista, mas finalista.
O princípio antrópico em Barrow é aplicado à cosmologia.
Compartilha a mesma teoria com as pesquisas de Frank Tipler e Adelphi. Para
eles e Barrow o cosmos está dependente de variações infinitesimais. Se isto não
acontecer dentro do previsto a própria existência do universo estará
comprometida. Por isso, as propriedades do cosmos o levam a desenvolver vida, e
mais que isto, vida inteligente.
No fundo é uma reabilitação das “rationes seminales” dos
gregos e medievais. A matéria teria ínsita a capacidade de evoluir para formas
mais perfeitas, chegando à vida e dela para a inteligência.
O princípio antrópico, diferentemente dos medievais,
defende não a centralidade do homem no cosmos, mas a peculiaridade. Esta
hipótese se aproxima à visão de Roger Penrose que faz uma conexão entre
universo, consciência e reflexão filosófica.
A progressão de suas pesquisas sempre apontam a direção
matemática e cosmologia: ilustram as pesquisa da teoria de tudo, a explicação
definitiva e as relações numéricas subjacentes ao cosmo: por que o mundo é
matemático? Chegou com isso ao paradoxo: "Um universo simples o suficiente
para entender é simples demais para produzir uma mente capaz de entendê-lo.”
O conceito de infinito sempre martelava a cabeça de
Barrow de tal sorte que se aventura de levá-lo ao teatro, com o título:
Infinities, co-produzido pelo Piccolo Teatro, colocando em cena os vários
infinitos da matemática: os números infinitos de Galileo Galilei, as matrizes
de David Hilbert, o conceito de infinito desenvolvido por Georg Cantor e assim
por diante. O espetáculo venceu o prêmio Ubu, em 2002, em Milão. Já em 2006
recebeu o prêmio Templeton, abordando a relação entre o universo e a vida. Em 5
de fevereiro de 2020, foi nomeado pelo Papa Francisco membro ordinário da Pontifícia Academia das
Ciências.
Existe alguma comprovação experimental do princípio do
Barrow? Podemos tentar duas possibilidades. Uma, reduzindo o cosmo ao infinito
mínimo, um microcosmos infinitesimal, para ver se observarmos alguma mudança no
antropomorfismo físico. O cosmo progride no sentido antropomorfista? Percebe-se
alguma mudança que sinalize um avanço antropomórfico da matéria? Estamos à
beira do limiar entre a vida e a matéria. É possível transpor o hiato? Se foi
transposto, portanto é possível. O estudo da evolução comprovou um rumo para a
vida e desta para vida inteligente. Se as conclusões evolucionistas forem
corretas o princípio de Barrow também será. Outra, dilatar o máximo possível o
cosmo, o macrocosmos infinitesimal para vislumbrar melhor alguma mudança no
sentido de aperfeiçoamento. Seria o mesmo que tomar uma imagem e expandi-la de
tal sorte que se possa constatar qualquer alteração do formato original. Aqui
também a hipótese mostra-se favorável. Uma molécula levada ao infinito de sua
expansão sugere possíveis seres com vida própria. Foi possível? Se aconteceu,
então foi possível.
Claro que estamos diante de perguntas radicais. “Como,
por que e quando começou o universo? Qual o seu tamanho? Que forma tem? De que
é feito?” “Estas são perguntas que qualquer criança pode fazer, mas também são
aquelas com que os modernos cosmólogos vêm lutando há várias décadas.”, afirma John
Barrow, professor de astronomia da Universidade de Sussex e autor de “A origem
do Universo”.
O tempo que vivemos já é uma obra acabada do universo.
Vivemos momentos posteriores aos acontecimentos fantásticos terem acontecido.
Somos frutos do pós e não do antes e nem do durante. Com isso temos que
enfrentar questões como se o tempo teve início, se não há outros tempos
paralelos etc.
Para o autor a nossa existência está interligada à origem
e estrutura do universo de forma incontestável.
Séculos e séculos nos perguntamos, a origem do universo?
ResponderExcluirE vamos continuar, complicamos sempre, queremos respostas do nosso jeito.
É importante aproveitar leituras para nosso conhecimento.
ResponderExcluirObrigado.
Valeu, ótima pesquisa, nos trás a importância da leitura para entender um pesquisador.
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