O
novo corona virus (covid 19) contaminou as sociedades nacionais como numa
sequência de queda de dominós, dessas montadas para promover a admiração das
pessoas. Uma a uma foram contaminadas as sociedades nacionais e, com rapidez
assustadora, espalhou-se pelo mundo a morte, o medo, a angústia e a
insegurança. Temerosos assistimos as notícias de morte nas sociedades
primeiramente contaminadas e que nos antecederam no pico da contaminação. Nelas
a doença provocou o colapso da vida econômica e social, contaminando
indistintamente ricos e pobres, cultos e menos cultos, cidadãos e camponeses.
Na
medida em que o medo e a angústia passaram a povoar os corações dos povos, os
governos orientaram seus cidadãos a permanecerem em casa, evitando um contato que
espalhasse mais rapidamente a doença, antes que o sistema de saúde estivesse
minimamente organizado para combater a epidemia. Algo assim começamos a viver
em nosso país.
Em
meio ao temor pela contaminação, experimenta-se o paradoxo representado por adotar
medidas de proteção social para poupar vidas e depois vê-las destruí-las pelo
desemprego e desespero. Com a economia quase parada e as vidas estagnadas, começa
a crescer um temor secundário, nas pessoas isoladas em suas casas. Não mais o
medo do vírus, mas do perigo que representa uma sociedade com milhões de
desempregados, cujas vidas foram despedaçadas pelo desemprego e paralização da
economia.
Nesse
tempo de crise intensa começa nosso Estado, seu povo e seu governo a tomar as
primeiras lições de vida nacional. Em meio ao sofrimento e a insegurança geral
reduz-se os antagonismos verificados na recente polarização política das
últimas eleições, perde força o discurso fascista, elitista, que discriminava
os pobres e fazia apologia da violência, do terror e da discriminação.
Discursos incapazes de reconhecer nos cidadãos a condição de pessoa humana,
embora ainda circulem pelas redes sociais milhares de notícias falsas que minam
a democracia e as bases da sociedade nacional.
Assistimos o ministro da economia dizer que ninguém será
deixado para traz em alusão às muitas medidas de proteção social que precisarão
ser desenvolvidas. Utiliza uma frase típica de militares em combate para se
referir aos colegas feridos.
Essas
primeiras iniciativas são ainda muito tímidas. Estamos nas primeiras semanas do
ensino fundamental da nacionalidade, estamos escutando as primeiras lições do
que significa ser uma nação, possuir objetivos nacionais acima de partidos
políticos, construir metas de estado e objetivos maiores que os interesses de
grupos. Uma nação precisa disso, algo maior que interesses. Precisamos de uma
prática política capaz de conceber objetivos gerais para a sociedade, não à
imagem de um passado de discórdia, mas de um futuro em que nos pensemos como
povo.
Não
é preciso que a sociedade seja comunista, nem é necessário padronizar vidas e
comportamentos de uma espécie com indivíduos únicos, basta que os homens dessa
terra aprendam a viver como companheiros de destino, ajudando-se diariamente em
meio, não a grandes crises, mas aos problemas comuns da vida.
Se tudo tem um propósito,talvez saimos de todo este sofrimento mais humanos.
ResponderExcluirPrecisamos de futuro,de pessoas éticas, mas o jogo de interesses é forte, poderoso.
ResponderExcluirSerá que formaremos uma nova consciência?
ResponderExcluirInfelizmente as notícias continuam, o poder, manipulação...
Surpreende como o brasileiro é solidário, exemplo de povo, mas os políticos fazem doações, com o nosso dinheiro,fundo eleitoral engavetado.
ResponderExcluirO que causa estranheza e mesmo estupefação é que de onde deveria vir o exemplo de nacionalidade, nada se manifesta. Enquanto a nação inteira está empenhada em ações solidárias, os poderes da república são os grandes ausentes. Em vez, e só um exemplo, de destinar verbas para a saúde na pandemia do coronavirus tiram-lhe e destinam para campanha eleitorais. Refiro-me principalmente às câmaras dos deputados e senadores, mas não ficam de fora judiciário e executivo.
ResponderExcluirSeu pensamento é bom, vc é do bem, acredite. Eu também até sonhei com uma sociedade justa, mas acredite, sonhamos, é algo muito distante, o sonho iniciou com CRISTO,o mundo passa por sofrimento, doenças e epidemias.
ResponderExcluirNossa memória é curta, nem na cadeirinha de pensar aprendemos, analise este cenário politico..
Concordo cv, a memória é curta.
ExcluirMas o brasileiro luta, chora, bebe, torce para o time de futebol, assim vai levando a vida.
Vida leva eu.
Não basta a solidariedade neste momento, precisamos de ética para que o povo sinta firmeza nos bons propósitos, clareza no uso de verbas públicas.
ResponderExcluirTem que vir o exemplo, o povo está carente de bons exemplos, de homens que honrem seu lugar na sociedade e na política , que tenham clareza de suas responsabilidades, que deixem de jogar por interesses, que não se vendam...não podemos esquecer que tivemos grandes nomes que lutaram por dias melhores para os brasileiros...todos já morreram com seus ideais.