O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que
ocupa um cargo simbólico-representativo, declarou que
Portugal deve uma reparação ao Brasil, pelo período colonial no qual prevaleceu
a escravidão.
A proposta não constitui uma novidade numa relação entre metrópoles
e ex- colônias. Em 2022 o primeiro-ministro da Holanda pediu desculpas pelo
envolvimento do seu país no escravidão e destinou um fundo de 200 milhões de
euros para a educação às suas ex-colônias.
No ano seguinte, 2023, o governo canadense criou uma
comissão de reconciliação com os povos indígenas e destinou 17,35 bilhões de
dólares.
Por enquanto, Portugal limitou-se a pedir desculpas, sem
outra iniciativa concreta. Inclusive o presidente português declarou perante
Luís Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, que Portugal deveria assumir a
responsabilidade pelo colonialismo e escravatura. Falou em “pagar os custos”.
Se for levado adiante, até se chegar ao consenso destes custos vai haver muita
articulação política, negociação e debates. Falta, portanto, um projeto
concreto sobre o qual incidirão os debates. Isto seria através de um valor
pecuniário? E a quem e quanto atribuir?
Aos descendentes? Ou seria através de políticas sociais como educação,
saúde, bem estar? E note-se que os indígenas também deveriam ser incluídos.
Far-se-ia através de entidades específicas, como quer
Naira Leite, coordenadora da ODARA – Instituto da Mulher Negra, que na ONU,
exigiu reparação, mas não foram bem recebidas as declarações por entidades
brasileiras que cobraram posições mais concretas em termos de reparação.
Mudando o discurso, para torná-lo mais objetivo, sugeriu que fossem ouvidos os
interessados objeto de exploração pela escravidão. Diz Naira:
“Minha grande
preocupação é que as organizações da sociedade civil precisam ter uma
participação ativa nos grupos de trabalho e nos processos. Caso contrário, não
vamos alcançar um projeto de reparação que de fato dê conta de reduzir ou de
responder aos impactos do colonialismo e da escravidão”.
Na ocasião, na ONU, foram apresentadas sugestões como
criação de museus, centros de memórias e outros equipamentos políticos que
lembrem a escravidão no Brasil. Outra sugestão foi de incluir no ensino oficial
uma disciplina ou conteúdo denominado: “História dos Impactos Nocivos do
Colonialismo Português para o Contexto Brasileiro”. Além disso:
- Firmar acordos efetivos com investimentos financeiros,
salvaguardas da memória e parceria de trânsito dentre os dois países;
- Incentivar todos os países europeus que tiveram colônias
e escravos que implantem medidas reparatórias;
- Combate à xenofobia e ao racismo com a população
afrodescendente.
Já para Humberto Adami, presidente da Comissão da Verdade
da Escravidão, da Ordem dos Advogados do Brasil, enfatizou os aspectos
financeiros. Neste sentido sugere a criação de um fundo em dinheiro, inspirado
no modelo para os judeus depois do Holocausto.
Em síntese, a questão é complexa pois envolve pessoas,
entidades e países. Para chegarem a um denominador comum neste enredo, muito
tempo, negociações, debates advirão.
Pensando bem: o Brasil já não teria se adiantado quando reservou cotas raciais (Pretos, Pardos e Indígenas) em concursos vestibulares e outros?
Muito interessante, o que muda.
ResponderExcluirQuando falta assunto, surge este tipo de notícia.
ResponderExcluirPessoas inteligentes não se avalia pela cor da pele, são iguais a todos, não precisam de cotas.
ResponderExcluirAs cotas são um atestado de incompetência, todos são iguais, assim diz a constituição.
ResponderExcluirO presidente querendo ser manchete, nada farão, apenas perdeu tempo de ficar calado, o Brasil sempre foi explorado e continua, só que pelo nossos representantes.
ResponderExcluirVerdade, as cotas é que trazem preconceitos.
ResponderExcluirA preocupação com os índios?
ResponderExcluirNão, com as terras dos índios.
Assim foi desde o início da colonização.
Como diz meu pai, conversa fiada.
Este senhor português fala, sem ação.
ResponderExcluirApenas como figura decorativa avisa, que as vezes também pensa.
Kaká, comissão da verdade, com um fundo em dinheiro.
ResponderExcluirLembro bem do fundo 157, cobrado no imposto de renda, para desenvolver o nordeste.
Cresceu só o poder dos coronéis, filhos, netos, avós tudo vitalício na política.